MANIFESTO DA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA DE CAMPO GRANDE

Documento da tendência petista Articulação de Esquerda, no município de Campo Grande (MS), sobre os temas: Conjuntura Política e as Eleições Municipais 2016, expressa ao conjunto do Partido o que segue:

1. A sociedade brasileira está vivendo a implantação de um golpe de estado parlamentar-judicial perpetrado pela elite econômica do país, contra os direitos da maioria do povo. Este é o golpe de um bando de deputados e senadores corruptos, que querem roubar direitos e se safar da cadeia. Eles foram liderados pelo bandido Eduardo Cunha (PMDB) para afastar a Presidenta Dilma, estes parlamentares corruptos pisotearam a democracia e os votos de 54,5 milhões de brasileiros e brasileiras.

2. O vice-presidente e golpista Michel Temer (PMDB) sequestrou a presidência da República e montou um ministério de homens ricos, brancos e corruptos. Extinguiu e sucateou uma porção de pastas ligadas principalmente a direitos e programas sociais. Esse governo provisório ilegítimo está impondo apressadamente o famigerado programa neoliberal. Este projeto, que objetiva retirar direitos conquistados, foi rechaçado nas urnas pela maioria dos brasileiros e brasileiras nas últimas quatro eleições. Não descansaremos enquanto não derrubar este governo impostor. Fora Temer!

3. A ofensiva da classe dominante contra o povo ainda não alcançou plenamente seus objetivos porque encontrou forte resistência democrática e popular de setores organizados da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres, dos artistas e da intelectualidade. A Frente Brasil Popular é um grande exemplo dessa luta, a despeito da confusão e prostração inicial de parte do PT e de alguns equívocos do governo Dilma, a FBP conseguiu articular milhões de pessoas no país, através de posições críticas ao governismo e a política econômica de Levy, combinando essa postura com a defesa da democracia e a resistência ao golpe.

4. Em Mato Grosso do Sul, o movimento golpista é impulsionado por políticos envolvidos em escândalos de corrupção do PMDB (como Carlos Marun, Simone Tebet, André Puccinelli, Edson Giroto e Paulo Siufi), do PSDB (como Rose Modesto, Eliseu Dionísio e João Rocha), do DEM (como Mandetta e Saraiva), PTB (como Nelson Trad) e seus instrumentos auxiliares como o PPS, o PSB, o PRB, o PSD, a OAB/MS, a Famasul, a Fecomércio, a Fiems, o fundamentalismo religioso, sob a orquestração dos meios de comunicação, especialmente a Rede Globo.

5. Encontramos fartamente essas figuras em matérias sobre a Lama Asfáltica, Coffee Break, Gisa, Máfia do Câncer, entre outros. A podridão da elite local vai debilitá-la nestas eleições, revelando a hipocrisia do conservadorismo desta capital, mas alertamos que isto pode servir como a desculpa perfeita para o atual prefeito em acobertar sua incompetência e seu conservadorismo político.

6. Nestas eleições, o PT só conseguirá defender seu projeto e capitalizar os desgastes da direita, se superar e alterar a estratégia política de conciliação de classes. É hora de pôr fim às “alianças com o capeta”, como PMDB, PSDB, PP, PTB, PSD, PSC e DEM. Chega de financiamento empresarial que deturpa até a democracia interna do PT. Chega de burocratismo paralisante. Chega de colocar os objetivos de mandatos parlamentares acima dos objetivos do partido. Precisamos de mais PT de raiz, de base, mais democracia interna. Precisamos priorizar as alianças com partidos do campo democrático-popular e socialista, para construir uma verdadeira aliança com os movimentos populares e a classe trabalhadora da capital.

7. Parte da direção partidária se formou sob a orientação e financiamento do consórcio liderado pelo Delcídio. Alguns deles inclusive aderiram de maneira acrítica e oportunista aos governos Bernal partes 1 e 2, bem como ao golpista e usurpador Olarte. Nesse período, pouca ou nenhuma atenção foi dada aos elementos de um programa petista: as lutas por moradia, contra a privatização e pela melhoria da qualidade do SUS, pela valorização funcionalismo público, pela melhoria da qualidade e redução do custo do transporte público, pela qualidade da educação, pela desprivatização da saúde, dos serviços públicos de água, coleta de lixo e manutenção dos espaços públicos.

8. Diante de tal conjuntura, o PT precisa apresentar uma candidatura própria a Prefeitura Municipal de Campo Grande com viabilidade política e eleitoral, que acumule forças e aglutine o PT, partidos aliados e os movimentos sociais em torno de um projeto popular para a cidade. Bem como construir uma forte chapa de vereadores/as.Somente com uma candidatura majoritária nessas condições, será possível referenciar o conjunto da classe trabalhadora e os segmentos democráticos.

9. Não podemos de forma alguma cometer os mesmos erros da disputa eleitoral municipal anterior. O que está em jogo na atual conjuntura é um projeto de sociedade com prioridade na inclusão social, redução das desigualdades, participação, universalização dos direitos sociais contra a negação disso tudo. Somente uma candidatura combativa poderá questionar os setores dominantes chamar a atenção da sociedade para uma cidade que modernizou parcialmente sua infraestrutura, mas que continua excludente socialmente, concentrada, pouco diversificada e industrializada economicamente e pouco preocupada com o meio ambiente.

10. Por isso, nós da Articulação de Esquerda, conclamamos as forças políticas do PT ao diálogo. Conclamamos os quadros políticos reconhecidos pela maioria do povo como lideranças dos setores democráticos e populares a disponibilizarem seus nomes para o Partido produzir coletivamente uma candidatura que tenha densidade política e eleitoral. Entendemos que esse é o melhor caminho para construirmos uma aliança programática, uma coalizão no campo das organizações partidárias de esquerda, do movimento social e sindical que compõe a Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, para fortalecer a resistência ao golpe, defender os direitos da classe trabalhadora e defender um projeto de cidade verdadeiramente para o povo!

 

Campo Grande (MS), 05 de junho de 2016.

Plenária Municipal da Articulação de Esquerda – Tendência Petista